Pintura Geração Cabeça Baixa

Duas pinturas da artista alemã Karola Haase que retratam a tão falada geração cabeça baixa. Você pode ver mais obras no site da artista clicando aqui. O título da primeira pintura é “Look Up” (Olha pra cima) e o da segunda é “…Generation Head Down – die iPhone-geister lassen sie nicht los!” (…Geração cabeça baixa – o espírito do iPhone não os larga!”).

karola-haase-zauberlehrling-2 karola-haase-zauberlehrling-headdownEssas pinturas são um retrato do que se vê hoje em dia com muitos jovens nas cidades (e eu me incluo nisso). Qual será o resultado disso daqui a 10 ou 20 anos?

keep walking geração_cabeça_baixa jugendliche-handynutzer

Perfeito, mas nem tanto

O vídeo a seguir mostra um lado que poucos conhecem. Moradores de rua em Tóquio, no Japão. Desemprego e pobreza voltam a ser realidade no país; envelhecimento da população, crise de dos anos 90 e certo receio com imigrantes são alguns dos fatores. Me desculpem aqueles que não falam inglês, but the video is in English, sorry :/…

 

Calçada dos Gigantes

A Calçada dos Gigantes ou Clochán an Aifir or Clochán na bhFomhórach (não faço ideia de como se pronuncia isso) em Irlandês é um lugar incrível e, (infelizmente) pouco conhecido aqui no Brasil, localizado na Irlanda do Norte.

Essa é a Calçada do Gigante.

Essa é a Calçada dos Gigantes.

O local é formado por quase 40.000 colunas (na maioria das vezes hexagonais) formadas de basalto (uma rocha eruptiva formada pelo resultado da consolidação devida ao resfriamento do magma parcial ou totalmente derretido [desculpa a aulinha de petrologia, mas é só para você ter uma noção do que é um basalto]) interligadas que realmente parecem com calçadas feitas pela mão do homem.

A Calçada vista mais de perto.

A Calçada vista mais de perto.

A Calçada dos Gigantes é a maior atração da Irlanda do Norte, é um patrimônio da humanidade desde 1986 e até já foi capa de CD do Led Zeppelin.

O álbum Houses of the Holy (Casas do Sagrado) tem como cenário a Calçada dos Gigantes, em 2012 a Rolling Stones pôs esse álbum na lista dos melhores 500 álbuns de todos os tempos.

O álbum Houses of the Holy (Casas do Sagrado) tem como cenário a Calçada dos Gigantes, em 2012, a Rolling Stones pôs esse álbum na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.

História

A descoberta da Calçada dos Gigantes foi anunciada ao mundo em 1693 pelo Sir Richard Bulkeley da Trinity College em Dublin. Entretanto, a descoberta foi feita, de fato, pelo Bispo Derry, que visitou o lugar em anos anteriores.

Mas como foi que essa calçada natural se formou? Bem, uma erupção vulcânica submarina expeliu grandes massas basalto, há 60 milhões de anos atrás, que foram solidificando-se e compactando-se, devido à resfriação.

Mulher caminha sobre a Calçada dos Gigantes.

Mulher caminha sobre a Calçada dos Gigantes.

Lenda

Mas qual o porquê do nome, quem são esses gigantes? A lenda é a seguinte: um guerreiro irlandês (gigante, óbvio) chamado Fionn Mac Cumhaill, construiu a calçada (que nesse caso está mais para uma ponte) para a Escócia. Outra versão diz que Benandonner, outro gigante (só que escocês), desafiou Fionn, só que Benandonner era bem maior que Fionn. Então Fionn tentou um modo de sair daquela situação, Oonagh, esposa de Fionn, veio com a brilhante ideia de disfarçar o marido de bebê (isso mesmo, bebê). Quando Benandonner chegou, Oonagh disse que Fionn teve que sair para resolver uma tarefa (fazer xilogravura) e que em breve estaria em casa, então ela lhe mostrou o seu “filho”. Quando Benandonner viu a criança ele imaginou como seria grande o seu pai e saiu destruindo a calçada/ ponte enquanto estava correndo. Mas não se sabe se o casal viveu feliz para sempre. Existem outras versões para a lenda, mas eu acho que já escrevi demais sobre esse tema.

Fauna e Flora

A Calçada é lugar de principalmente, aves como o mergulhão e pardela. Já como representantes da flora, algumas plantas incomuns como feto-marinho e a Coeloglossum viride (uma espécie de orquídea) estão na região, entre outras.

A Asplenium marinum, conhecida como feto-marinho (à esquerda) e a Coeloglossum viride conhecida como Frog Orchid (sapo orquídea) fazem parte da estranha flora da Calçada dos Gigantes.

A Asplenium marinum, conhecida como feto-marinho (à esquerda) e a Coeloglossum viride conhecida como Frog Orchid (sapo orquídea) fazem parte da estranha flora da Calçada dos Gigantes.

Veja mais algumas imagens desse capricho da natureza (clique para aumentar).

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A Calçada dos Gigantes também já serviu de cenário para um dos vídeos de Matt Harding.

A Calçada dos Gigantes também já serviu de cenário para um dos vídeos de Matt Harding.

Português, Primo do Sânscrito

Pode não parecer, mas as línguas evoluem segundo regras quase matemáticas, que ajudam a reconstruir a história humana.

Texto Reinaldo José Lopes*

Quem repara nas mudanças imprevisíveis de sentido que uma palavra pode sofrer em poucos anos pode até imaginar que as línguas são coisas vivas. E, de fato, os idiomas humanos compartilham com animais e plantas uma das propriedades fundamentais da vida: eles evoluem. “As línguas, como as espécies, evoluem por meio de um processo de descendência com modificação”, resume Mark Pagel, pesquisador da Universidade de Reading, no Reino Unido. Ou seja: quando línguas-mães (como o latim, digamos) sofrem mudanças, elas são herdadas pelas línguas-filhas (feito o português) e passadas adiante. O legal, porém, é que esse processo não é uma bagunça – pelo contrário. As línguas tendem, pelo menos em grande parte, a mudar ao longo do tempo seguindo padrões regulares, que ajudam a reconstruir a origem delas, e a das pessoas que as falavam, até o passado remoto.

Do Atlântico Ao Índico

A maior história de sucesso que decorreu dessa sacada é a descoberta de que muitas das línguas da Europa e da Ásia – do português, no oeste, a boa parte dos idiomas da Índia e do Paquistão, no leste – descendem de um só falar pré-histórico. Esse bisavô linguístico é o proto-indo-europeu, e por isso todas as línguas descendentes dele são chamadas de indo-europeias.

A árvore genealógica do indo-europeu tem sido refinada desde o século 18 por gerações de linguistas e conta uma história curiosa. A partir de um centro original que talvez ficasse na Ucrânia e na Turquia há pelo menos 6 mil anos, o proto-indo-europeu e seus idiomas-flihos foram se ramificando. A história registra as últimas fases disso, como a transformação do latim popular no português, no francês e no italiano. Mas os linguistas aprenderam a perceber semelhança claras entre idiomas muito mais distantes entre si. O truque é usar como guia o funcionamento da boca e das pregas vocais humanas, que impõe certos limites às mudanças dos sons. Os linguistas descobriram, por exemplo, que nas línguas germânicas (o grupo do inglês e do alemão), o som de p do proto-indo-europeu muitas vezes vira f. Ora, as duas consoantes são produzidas exatamente no mesmo local (ou ponto de articulação): a diferença é que o f inclui uma espécie de sopro. (Tente pronunciar o p deixando soltar o ar entre os lábios e você verá que sai é um f.) É por isso que o latim pisces e o inglês fish são, na prática, descendentes da mesma palavra original.

Essas regras ajudaram a reconstruir outras línguas em todas as partes do mundo – das florestas africanas aos desertos do Oriente Médio. Mesmo nas épocas em que não havia escrita, as palavras deixaram um registro da nossa história.

*Reinaldo Lopes é editor da Superinteressante.

Texto originalmente publicado em: Superinteressante, Nº: 245, páginas: 20 e 21.

Origens Estranhas dos Nomes dos Elementos Químicos

Ítrio, térbio, érbio e itérbio foram gerados de minérios raros encontrados em uma mina na vila sueca de Ytterby, é dessa vila que surge a variação desses nomes.

Centro da tranquila vila sueca Ytterby

 

O manganês levou o nome por engano: seu minério foi confundido com a magnetita. Esta, por sua vez, herdou o nome de Magnes, suposto pastor grego que a teria descoberto.

Manganês

 

Cobalto deriva de Kobold, um espírito maligno do folclore alemão. Isso porque está presente em minérios cuja exploração era tóxica aos trabalhadores.

Cobalto

 

Níquel deriva de uma palavra alemã para “diabo”. Quando foi descoberto, acreditava-se que se tratava do cobre. Mas como sua extração era impossível, os trabalhadores culparam um espírito maligno.

Assim como o Cobalto, o Níquel também teve seu nome em palavras… Digamos… Malignas!

 

Índio: não tem ligação nenhuma com índios ou a Índia, esse elemento emite uma luz índigo (uma cor entre o azul e o violeta) – daí seu nome.

O índio não tem nada a ver com índios e sim com a cor indigo

 

Antimônio: o nome vem do grego que significa “não está sozinho”. Isso porque o elemento geralmente encontrado está combinado com enxofre e oxigênio e raramente está “sozinho”.

 

O antimônio geralmente não está sozinho, a origem de seu nome vem disso

Túlio: O nome vem de Thule, uma ilha europeia registrada em diferentes locais de acordo com a época. Pode ser as ilhas Órcades, as ilhas Shetland, a Islândia ou até mesmo a Groenlândia.

O nome do elemento Túlio pode ter várias explicações e possibilidades

 

Ununhéxio: O número atômico desse elemento na verdade é como se fosse seu nome. O número 1 se transforma em “un” e o seis em “héxio” e esse elemento de número de 116 tornou-se ununhéxio!

Vamos dizer que de todos os elementos, o Ununhéxio, tem o nome menos criativo

 

Texto originalmente publicado em: Mundo Estranho, edição 122, Março de 2012 págs. 36 e 37.

Mike, O Frango Sem Cabeça

Ok, tudo tem limites, certo? Errado! Conheça agora a história de uma ave que foi decapitada e ficou por quase 20 meses viva.

Um dia antes da data mais assustadora dos Estados Unidos, só que em 1945, um pobre fazendeiro de Fruita, Colorado, resolveu fazer um jantar para sua sogra, na verdade, ele não iria fazer o jantar, mas sim, sua mulher. Lloyd Olsen (o fazendeiro) ia fazer apenas algo simples para ele, decapitar um frango para sua mulher cozinhá-lo.

Na hora de escolher o frango, Olsen escolheu uma ave, do sexo masculino, de apenas cinco meses e meio e a decapitou. Normal né? Não, depois de decapitada, a ave continuou viva, bem conheço alguns parentes meus que viveram na roça e contam que isso acontece de vez em quando, porém, o animal não dura muito tempo sem a cabeça.

Com Mike foi diferente, ele viveu durante DEZOITO MESES sem sua própria cabeça. Mike (assim batizado por Olsen) nasceu em abril de 1945, em 10 de setembro do mesmo ano, Mike foi decapitado de maneira errada, ou será que foi certa, já que o pobre franguinho conseguiu ganhar um bônus de tempo de vida?

Mike e Olsen

O que fez Olsen quando viu que a ave não morria? Suspendeu o jantar e colocou a cabeça decapitada sob a asa de Mike e assim ele dormiu o resto da noite.

E parece que um sentimento de arrependimento bate em Olsen, já que ele resolveu cuidar da ave alimentando-a com grãos de milho pequenos e uma mistura de leite e água que ele colocava numa conta gotas e derramava sobre a garganta sem cabeça de Mike. Como quase todos os animais, Mike produzia muco, entretanto, como esse muco não subia até a cabeça de Mike, então esse muco formava uma mini piscina na sua garganta, que Olsen e sua família tinham que retirar com seringas.

Agora vem a parte mais sinistra da história: mesmo sem cabeça, Mike (eu não sei como) conseguia pular nos poleiros mais elevados do galinheiro sem cair e seu canto era como se fosse um gorgolejo, igual ao barulho que fazemos quando tiramos a água restante depois de escovar os dentes.

Depois disso, como todo bom americano, Olsen foi fazer dinheiro com seu animalzinho. Mike virou celebridade, e fez diversas excursões com outros animais bizarros como uma vitela de duas cabeças (enquanto uns têm demais, outros não têm nada, coitado do Mike).

Olsen chegou no auge com suas excursões com Mike, a ganhar U$ 4.500 por mês. Mike já ficou em exposição por apenas 25 centavos. Olsen colocava uma cabeça cortada junto ao frango, só que essa cabeça não era original, tendo em vista que a original foi comida por um gato.

Mike numa exposição com uma cabeça falsa

Porém nem tudo é eterno, em Março de 1947 depois de um show em Phoenix, Arizona, Mike sufocou durante a noite e as seringas não estavam com Olsen, sendo ele, incapaz de salvar a ave. Bem a história pararia por aí já que oficialmente a morte de Mike acontece em março de 1947. Só que depois disso, Lloyd Olsen disse que vendeu Mike, o que gerou boatos de que ele estaria ainda em exposição até 1949.

O que será que aconteceu com Mike? Será que ele foi vendido vivo e continuou vivo com outro dono, ou ele teria morrido naquela mesma noite? Bem, eu não sei responder. Acredito que sim, veja o restante do artigo.

O que eu sei dizer é que mesmo sem cabeça, Mike engordou, morreu com 3 quilos e quando foi decapitado tinha apenas 1. Sei dizer também que (é agora que acredito que ele morreu) exames feitos após sua morte concluíram que a lâmina que cortou Mike tinha errado a veia jugular, formando um coágulo, ou seja, o sangue ficou preso, impedindo que sangrasse sem parar até morrer (bem, se fizeram esse exame depois da ave estar morta, muito provavelmente ela não estaria viva depois). Mike continuou com seu tronco cerebral e como a maioria das reações de uma galinha é controlada pelo tronco cerebral, Mike pode viver saudavelmente. Incrível não é mesmo?

Muitas pessoas tentaram fazer o mesmo que Olsen, mas as coitadas das aves não conseguiam viver por muito tempo. A banda californiana Radioactive Chicken Head fez uma canção sobre o Mike no álbum de 2008 chamado de “Music For Mutants” (Música Para Mutantes).

A banda californiana que fez a homenagem ao Mike, o frango que viveu sem cabeça

 

O Evento Tunguska

Você já ouviu falar no Evento Tunguska? Quando eu vi o título, não dei muita importância, mas só fui ver do que se tratava que aí sim, a minha ficha caiu, primeiro vamos ler o relato de duas testemunhas, só depois então veremos definições sobre o evento, teorias etc.

Relatos das Testemunhas

Testemunho de Chuchan da Tribo Shanyagir, registrado por IM Suslov em 1926.

Eu minha família tínhamos uma cabana à beira do rio com o meu irmão Chekaren. Nós estávamos dormindo. De repente nós dois acordamos, ao mesmo tempo. Alguém nos empurrou. Ouvimos assobios e sentimos um vento forte. Chekaren disse: ‘Você pode ouvir todos os pássaros que voam lá em cima? ” Nós dois estávamos na cabana, não podíamos ver o que estava acontecendo lá fora. De repente, eu fui empurrado novamente, desta vez com tanta força que cai. Eu fiquei com medo. Chekaren ficou com medo também. Nós começamos a gritar o pai, mãe, irmão, mas ninguém respondeu. Houve ruídos para além da cabana, podíamos ouvir as árvores caindo. Chekaren e eu saímos de nossos sacos de dormir e queríamos correr para fora, mas então veio o soar do trovão. Este foi o primeiro trovão. A terra começou a se mover e a se agitar, o vento atingiu a nossa cabana e a derrubou. Meu corpo foi empurrado pelas madeiras (da cabana) que voavam e caíam, mas eu estava lúcido. Então foi que eu me maravilhei: as árvores estavam caindo, os galhos estavam em chamas, a explosão se tornou poderosa e brilhante, como posso dizer isso, era como se houvesse um segundo sol, meus olhos estavam ardendo, mesmo eu os fechando. Era como que se os russos chamassem relâmpagos. E imediatamente houve um trovão forte. Este foi o segundo trovão. A manhã estava ensolarada, não havia nuvens, o sol brilhava como de costume, e como de repente veio mais um trovão?

Chekaren e eu tivemos certa dificuldade em sair de debaixo dos restos da nossa cabana. Então vimos que acima, mas em um lugar diferente, um outro flash, e um forte trovão veio. Este foi o terceiro. Vento voltou, e nos jogou para fora da cabana, e nós nos chocamos com as árvores caídas.

Nós olhamos para as árvores caídas, assisti as copas das árvores se arrebentarem, assisti as chamas. De repente Chekaren gritou “Olhe para cima” e apontou com a mão. Eu olhei para lá e vi um outro flash, e com ele outro trovão. Mas o barulho foi menor do que antes. Este foi o quarto ataque, como um trovão normal.

Agora eu me lembro bem, houve também mais um trovão, mas era pequeno, e em algum lugar longe, onde o sol vai dormir.

Testemunho de S. Semenov, registrado por Leonid Kulik na expedição em 1930.

Na hora do café-da-manhã, eu estava sentado ao lado de casa no posto comercial de Vanavara [há 65 quilômetros ao sul da explosão], de frente para o norte. […] De repente vi que diretamente para o norte, sobre a estrada de Onkoul Tunguska, o céu se dividiu em dois e o fogo apareceu alto e largo sobre a floresta. A divisão no céu cresceu e todo o lado norte estava coberto de fogo. Naquele momento fiquei tão quente que eu não podia suportar, era como se minha camisa estivesse pegando fogo, a partir do lado norte, de onde o fogo veio, veio forte calor. Eu queria rasgar a minha camisa e arremessá-la para longe, mas então o céu se fechou, e uma pancada forte soou, e fui atirado a alguns metros. Eu perdi meus sentidos por um momento, mas depois minha esposa correu para fora e me levou para dentro de casa. Depois que o ruído veio, era como se as rochas estivessem caindo ou canhões estivessem sendo disparados, a terra tremeu, e quando eu estava no chão, eu pressionei a minha cabeça para baixo, temendo que rochas o esmagassem. Quando o céu se abriu, o vento quente correu entre as casas, como disparo de canhões, que deixam vestígios no chão, igual a percursos, e então danificou algumas colheitas. Mais tarde, vimos que muitas janelas foram quebradas, e no celeiro uma parte do bloqueio de ferro partiu.

Isso quase resume o que o evento Tunguska foi realmente.

O Evento Tunguska

Em 30 de junho de 1908 por volta das 7 e 17 da manhã, no noroeste das colinas do lago Baikal, moradores dessa região observaram algo espantoso, uma coluna de luz azulada brilhante, tão brilhante como o sol, se movendo no céu. Cerca de dez minutos depois, houve um flash e um ruído, um ruído com som semelhante a fogos de artilharia. Os sons foram acompanhados por uma onda de choque que derrubou e jogou pessoas para fora do lugar de onde estavam e quebrou janelas a centenas de quilômetros de distância. Todos os relatos testemunham isso, sons, tremores e arremessos humanos, os relatos só se divergem à sequência de eventos e a duração do tal. E apesar do evento ter acontecido em 1908, as expedições só começaram vários anos depois.

O evento aconteceu perto do rio de antigo nome chamado Tunguska Podkamennaya, que hoje é Krasnoyarsk Krai.

Essa explosão registrou abalos sísmicos em toda a Eurásia, em alguns lugares, o abalo poderia ter sido igual a um terremoto de 5,0 graus na escala Richter.

O número de jornais, relatos, publicações acadêmicas sobre o evento Tunguska poderia ser em torno de 1.000 (a maioria é claro, em russo). Vários cientistas têm participado de estudos sobre o evento, os mais conhecidos são Leonid Kulik (o mesmo que registrou o segundo relato da testemunha), Yevgeny Krinov, Kirill Florensky, Nikolai Vladimirovich Vasiliev e Wilhelm Fast.

Teorias

Bem, existe um monte de teorias bem malucas para o evento Tunguska, teorias envolvendo antimatéria, discos voadores e acredite, buracos negros! Todas com um pequeno fundo de verdade, mas vamos direto ao ponto: a teoria mais aceita no momento para o evento Tunguska.

Veja a imagem a seguir:

Esse é um esquema da teoria mais aceita do evento Tunguska

Siga o raciocínio a seguir, o meteoro vem do céu (óbvio!), enquanto ele está descendo, ele explode e a força da explosão vai para todos os lados, inclusive para baixo, (que é onde estão as pessoas [óbvio de novo, né?]), e é essa força que conseguiu derrubar as árvores, as pessoas, as casas, quebrar janelas, destruir colheitas e outros tantos prejuízos. É essa teoria que é a mais aceita para o evento. É claro que eu simplifiquei bastante, não quero entrar em termos técnicos de física de como por exemplo, qual foi o fenômeno que fez o asteroide explodir ou que tipo de reações químicas aconteceram durante a explosão.

A ilustração mostra como pode ter sido o evento Tunguska

O que nós precisamos entender é que, em vez de bater no solo, o meteoro explodiu no ar (cerca de 10 a 50 quilômetros acima do solo) e o impacto do ar também atingiu o chão carregando um monte de prejuízos para a região.

Conclusão

O evento Tunguska foi realmente poderoso, ele foi cerca de 1.000 vezes mais potente do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima, no Japão, teve cerca de um terço da energia da Bomba Tsar, a maior arma nuclear já detonada. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores (que até hoje não voltaram ao normal) cobrindo 2.150 quilômetros quadrados, o choque teria medido 5,0 graus na escala Richter, magnitude capaz de não só destruir uma cidade, mas sim, uma grande região metropolitana inteira. Embora possa ter acontecido outro evento superior em alguma área remota oceânica que tenha passado despercebido, a explosão de Tunguska é o maior evento de impacto de meteoro (ou de qualquer outro corpo celeste) na história recente do planeta Terra.

Chuva de Animais

Sim, ela existe. A chuva de animais apesar de ser lendária, creio que ela seja real, isso pelos números de ocorrências e pelos vários lugares ao redor do mundo que já foram descritas pelos moradores locais.

Mas não pense que caem leões, onças e outros animais grandes, não, todas as ocorrências de chuvas de animais são de animais de pequeno porte, como pássaros, peixes, sapos e outros animais pequenos.

Imagem cômica sobre a estranha chuva de animais

 

Alguns animais surpreendentemente conseguiam sobreviver, principalmente peixes, possivelmente alguns desses animais devem ter sido transportados a grandes altitudes, isso porque alguns deles chegam ao chão cobertos de gelo, inclusive muitos deles morrem congelados. Porém ainda é muito nebuloso o que deve acontecer com esses animais a altitudes tão altas, pois às vezes nesse fenômeno, só caem pedaços de carnes dos animais e não seu corpo inteiro.

Gravura de O. Maguns, relatando uma chuva de peixes

 

Veja algumas ocorrências de chuvas de animais ao redor do mundo e em diversas datas:

Bergen, Noruega, 1578. Ratos amarelos e grandes simplesmente caem do céu assustando moradores da cidade nórdica.

A cidade escandinávia de Bergen

 

Singapura, fevereiro de 1861. Depois de ter sofrido um sismo, Singapura recebe três dias abundantes de chuvas, depois das chuvas havia milhares de peixes nos charcos, alguns afirmam ter vistos os peixes caindo do céu, outros são mais reservados. Quando as águas desceram, ainda havia peixes nos charcos que tinham secado, isso tudo em lugares onde claramente não haviam recebido inundações.

Quando os moradores de Singapura relataram a chuva de peixes, eles relataram mais ou menos o que está nessa gravura

 

Memphis, Estados Unidos, 1877. A revista Scientific American registra uma espécie de aglutinação de serpentes que chegava a 45 centímetros.

Essex, Inglaterra. Acontece uma chuva de salmões e arenques, os peixes foram vendidos pelos próprios moradores.

Leicester, Estados Unidos, setembro de 1953. Milhares de rãs caíram no estado de Massachussetts.

St. Mary’s City, Estados Unidos, janeiro de 1969. Canários mortos choveram nessa cidade do estado de Maryland, o jornal Washington Post declarou o fato como uma explosão que pudesse ter acontecido, porém, ninguém a viu ou a escutou.

Nova Gales do Sul, província da Austrália, 1978. Choveram caranguejos.

El Rebolledo, Espanha, 2007. Choveram pequenas rãs em El Rebolledo, na província de Alicante.

Salta, Argentina, 2007. Choveram pequenas aranhas.

Lajamanu, Austrália, 2010. Choveram peixes brancos, a maioria vivos, nessa cidade, com 669 habitantes.

Povoado remoto, com menos de 700 pessoas no norte da Austrália

Estranho, não? Agora para fechar com chave de ouro dois depoimentos sobre chuvas de animais, uma antiga e outra recente.

Chuva de pequenos sapos na França, 1836.

Em 11 de Julho de 1836, um professor de Cahors enviou uma carta à Academia de Ciências Francesa, que dizia: Esta nuvem trovejou sobre o caminho, a umas sessenta toesas (uma antiga medida de longitude francesa que equivale a 1,946 metros) de onde estávamos. Dois cavalheiros que vinham de Toulouse (cidade francesa), nosso destino, e que estiveram expostos à tormenta, viram-se obrigados a usar os seus abrigos; mas a tormenta os surpreendeu e os assustou, já que se viram vítimas de uma chuva de sapos! Aceleraram a sua marcha e apressaram-se; ao encontrar a diligência contaram-nos o que lhes acabava de acontecer. Vi então que a sacudir seus abrigos diante de nós, caíram pequenos sapos.

— fragmento da carta de M. Pontus, professor de Cahors, dirigida a M. Arago.

Esse é o rio Garona, em Toulouse, de onde vieram os cavalheiros

Chuva de peixes na Grécia, 2002.

Em 2002, choveram peixes numa aldeia nas montanhas do interior da Grécia. O diário Le Monde escreveu: Atenas não é sempre bela, e menos ainda o são as montanhas no norte de Grécia. Mas as tormentas têm às vezes o bom gosto de ajudar a sorrir e a sonhar. Na terça-feira choveram centenas de pequenos peixes na aldeia de Korona, nas altas montanhas

— Georges, Pierre. Poissons volent. Le Monde, 13 de Dezembro de 2002.

Depois de ler isso você deve pensar: como esses animais caem do céu? É claro que eles não nascem nas nuvens, certo? Certo, eles não nascem, eles são carregados por elas.

 

Veja algumas explicações científicas para a chuva de animais:

Algumas chuvas de animais podem ser facilmente explicadas, como a chuva de animais da passagem de fim de ano de 2010 e 2011, mais de três mil aves da espécie tordo-sargento caíram mortas em Beebe, no Arkansas, Estados Unidos. Essas mortes foram causadas pelos fogos de artifício. Mas nem todas as mortes são desse tipo.

 

Trombas d’água, furacões, ventos fortes podem levar esses animais a alturas grandes e descarrega-los em massa sobre vários pontos. Pense assim: tornados podem secar uma lagoa, e consequentemente levar os peixes dela, e imagine que esse tornado tome os peixes da lagoa e enquanto esse tornado se desloca, ele encontra um grupo grande de aves voando em seu caminho, ele pega esse grupo inteiro, os leva a grandes distâncias e depois os descarrega em um local específico, ou seja, se isso acontecesse iria chover peixes e aves. Essa é uma explicação científica bem simplificada.

Tornados desse tipo podem secar lagoas e capturar aves no ar

 

 

Você sabia da chuva de animais? Caso não, deixe seu comentário.  Caso saiba de algo compartilhe conosco.

 

O Incrível Desaparecimento do Sol e da Lua

“No dia 19 de Maio de 1780, foi um dia notavelmente escuro. Acenderam-se as luzes em muitas casas. Os pássaros deixaram de cantar e desapareceram. As aves retiraram-se para seus poleiros. Todos acreditavam que havia chegado o dia do juízo. A Câmara de Connecticut teve que suspender a sessão de Hartford, impossibilitada de tratar seus negócios”.– Presidente Dwight, em Connecticut Historical Collections.

No dia 17 de Maio de 1780, simplesmente na América do Norte por volta de dez da manhã à meia-noite, o Sol e a Lua desapareceram. Em alguns lugares foi impossível ler ao ar livre simples caracteres impressos. Isso não é fruto de um eclipse, isso porque o eclipse só é possível com a interposição da Lua entre o Sol e a Terra e nesse dia a posição da Lua era justamente a oposta do Sol, tornado-se absolutamente impossível um eclipse do Sol. Infelizmente a ciência é incapaz de explicar esse fenômeno. Em 2009 a marca automobilística Ford criou uma propaganda falando sobre isso, o personagem diz que “alguns acham que isso foi um conto, uma fabula. Outros acham que o sol merecia um descanso”. As pessoas que assistiram aquela propaganda, muitas delas deveriam achar aquilo um absurdo, como o Sol pode desaparecer? E encararam a propaganda com desinteresse. Mas foi verdade e talvez nunca se descubra como funcionou esse evento natural que acontece.

Embora a Lua fosse cheia na noite anterior, a escuridão foi tão intensa que uma folha de papel branco segurada a poucos centímetros dos olhos era tão invisível como o mais negro veludo. Apesar de o fenômeno começar por volta das dez horas à meia-noite, ela foi em duração e em intensidades diversa em vários lugares, e em especial na Nova Inglaterra. Em 1780 os Estados Unidos tinham pouco mais de quatro anos de independência e o Canadá nem se quer era independente. A Nova Inglaterra fica no nordeste da América do Norte e sempre foi palco de climas instáveis e surpreendentes. Especialmente no mês de Maio acontecem incêndios florestais espontâneos e existe 60% de chance de um céu limpo mudar repentinamente, podendo ocorrer desde neve até mesmo um tornado, embora a Nova Inglaterra não seja uma região típica de tornados. O que acontece é que na Nova Inglaterra houve um resultado de uma densa nuvem de fumaça de incêndios florestais a oeste da Nova Inglaterra, tornando o céu diurno opaco à luz do Sol.

Além disso, essa região abrange uma das maiores cidades do mundo como Nova Iorque, Boston, Filadélfia entre outros, É que em maio começam os primeiros dias quentes após o rigoroso inverno dessa região. O solo começa a aquecer rapidamente, bem mais depressa que as regiões costeiras, ainda sujeitas aos ventos gelados do norte, que acabam trazendo brisas frias para o continente. O choque térmico costuma provocar densas neblinas, ou coisa muito pior. Apenas em Maio aconteceram coisas estranhas nessa região como:

  • 1° de Maio de 1854 – 66 horas de chuva pesada, sem parar.
  • 26 de Maio de1967 – Ventos de até 145 km/h ao longo da costa, chuva pesada e neve.
  • 30 de Maio de 1987 – Onda de calor faz 40oC em 18 cidades.
  • 30 de Maio de 1991 – Tempestades produzem 140 mm de chuva em apenas 3 horas e provocam severas inundações.
  • 29 de Maio de 1995 – Um tornado de classe 3 (numa escala até 5) causa prejuízos de US$ 25 milhões numa extensão de 72 km.

Mesmo assim não explica o resto da história, já que aconteceu em larga extensão da América do Norte e não só na Nova Inglaterra. Pelo jeito não tem explicação. Esse fenômeno vai ser lido com extremo interesse por muitos, nesse fenômeno que a ciência tem certa deficiência em explicar.